20 Anos

Ontem, fez exatamente 20 anos que o Mega Drive foi lançado. Me lembro como se fosse hoje da primeira vez em que joguei. Era o Golden Axe. Até então, só tinha jogado Atari e olhe lá. O Mega Drive era a sensação do momento. Os jogos que eu mais gostava eram Toe Jam & Earl, Kid Chameleon e Super Monaco GP2, aquele que tinha o Ayrton Senna. E por falar nisso, exatamente hoje, faz 20 anos que o piloto brasileiro ganhou o primeiro Mundial de Pilotos quando corria pela McLaren. Interessante, não?

Tudo atrasado...

Como é que pode? Não estou conseguindo mais cumprir um prazo! Será que a culpa é minha, que não me mato de trabalhar, atravesso noites na frente do computador, sábados, domingos inteiros, para cumpri com o maldito prazo, ou são os outros que trabalham demais, ou é a vida maluca que está nos transformando em máquinas, injetando em todos o virus da verdadeira doença do século, transformando a todos em "workaholik's", conformados em não ter mais tempo para as coisas que realmente nos fazem felizes... Olha que eu desisto, heim! Vou pro sítio plantar repolho...

Venda sob prescrição médica

Nos conhecemos ali mesmo, no corredor do hospital. Eu, pressão alta. Ela, pressão baixa. Eu, alguns comprimidos de anfetamina. Ela, dois copos de chá de trombeta. Eu, soro fisiológico na veia. Ela, dedo na garganta. Eu, histórico de dependentes químicos na família. Ela, mãe e pai diabéticos. Eu, alergia a paracetamol. Ela, intolerância a iodo. Eu, tantando celebrar a alegria. Ela, tentando se livrar da tristeza. Eu, por cima. Ela, por baixo. E nós dois gozando juntos.

Malditas árvores

Tenho 29 anos, quase trinta! Duas mulheres lindas, uma que ganhei de presente do destino e outra que eu mesmo fiz. Já plantei uma árvore, talvez duas ou três, não me lembro ao certo. O fato é que ainda não escrevi um livro e não vou escrever nunca. Não quero morrer! Não por enquanto. Se eu completar o ciclo minha vida estará por um fio. Se ao menos soubesse disso antes não teria plantado aquelas malditas árvores.

Tô doente.

Odeio ficar doente. Odeio, odeio! E quando é o tipo de doença que me deixa de molho na cama e me faz pensar, pior ainda. POrque aí eu começo a raciocinar e concluo que tô doente fisicamente, mas que a causa, de longe, é o stress. Isso acaba com meu humor, mais do que os sintomas da doença em si.

Coma os legumes!

Quando o Velho do Saco levou o meu primo para longe, porque ele não havia comido o brócolis cozido, a meninada ficou em estado de choque. Contou minha mãe que isso era mais normal do que eu pensava. E que o mesmo velhaco também era quem guiava a kombi que pega criança. Meu primo faltou três dias na escola. Quando voltou, estava calado, melancólico, absorto. E com o olho direito roxo, cheio de marcas nos braços e nas pernas. Foi o Velho do Saco - repetia. Foi o Velho do Saco.

A imponente máquina de Xerox

É incrível como em qualquer grupo sempre tem alguém (ou algo) imponente. Por exemplo: no grupo animal, o elefante é o imponente entre os outros; no grupo de humanos, o homem mais imponente do mundo é o imponente entre os outros; e no grupo da tecnologia não é diferente. Quando foi lançado, o computador era gigantesco. Hoje, é uma máquina que cabe no bolso. O celular, há uns dez anos mal cabia na palma da mão. Hoje cabem cinco. Já a máquina de Xerox, não. Ela continua lá, imponente como sempre. Desde que foi criada, é um trambolhão gigantesco que vive a soltar papéis iguais. É isso aí, máquina de Xerox. Nós te amamos!

Pesque-e-pague

Tem bem ali um pesque-e-pague, bem ali, onde eu pesco e pago. Não só pesco e pago, mas pesco e só depois pago, ali, no caixa do pesque-e-pague, onde limpam, picam e fritam o peixa que eu pesquei e ainda não paguei, e depois, sentado, eu como o peixe frito que pesquei tomando uma gelada que ainda não paguei. Vejam só: tudo isso bem ali, pertinho, no pesque-e-pague! Ô, modernidade...

Em casa, com diarista

Hoje cheguei em casa e tava tudo tão limpo que até deu gosto. Uma pequena vitória, poder contar de novo com a diarista. Prazer, essa sou eu: Gabi, publicitária, cozinheira, mãe de gatos, eterna namorada do Eric, fã de quadrinhos, séries e filmes nerds, ex-rpgista, leitora voraz, ávida corinthiana, 31 anos, formada em uma faculdade e meia. E feliz por poder contratar a diarista de novo, nem que seja a cada 15 dias.

Segunda-ista...

A gente acaba tendo que escutar coisa do tipo: - Sou comunista, socialista, abaixo o imperialismo, o colonialismo, os oligopólios, não a Nike, Coca-cola, ao Mac, Fora Bush e FMI, avante mulheres do Haiti, escambau de bico... - mas, entre uma trovoada dessas e outra: Garçon, mais uma Skol, por favor...

De noite

Preciso desesperadamente fechar meus olhos, me desligar e dormir, mas não consigo. Meu corpo implora por algumas horas de sono, mas meu cérebro se recusa a cooperar. Passei o dia com o olhar perdido, quase como um zumbi. Está tudo atrasado. Milhões de coisas por fazer. Trabalho de inglês, trabalho de faculdade, provas, blog, freelas, compromissos no escritório, contas... Que barulho agudo é esse? Ah sim, voltemos ao trabalho.

De dia

Preciso desesperadamente manter minhas pálpebras abertas, mas não consigo. A cada dois ou três minutos ela me vence e permanece fechada por alguns segundos. Ah, que segundos maravilhosos! Uma sensação boa invade meu corpo. Queria deitar e dormir por horas seguidas, mas um solavanco brusco me traz de volta ao mundo dos vivos. Onde é que eu estava mesmo? Ah sim, voltemos ao trabalho.

O bom ladrão...

"Hoje mesmo estarás comigo no paraíso" é frase manjada da semana santa, e alguém já parou pra pensar que o bom ladrão teve que esperar um monte, já que Jesus só ressuscitou ao terceiro dia?