Coisa de cinema

Take 01nico
[mocinha dirigindo tensa e ansiosa]
Faltam apenas 9 km para finalmente chegar em casa, depois de três paradas e um reservatório de água fervendo. Uma nova parada obrigatória no posto de gasolina mais próximo. Saio do carro. Levanto o capô. Me posiciono ao lado do carro, com um galão de água. Ele olha para trás, deixa o seu carro que estava sendo lavado e desloca-se em minha direção. Olha, abre a tampa, enche o reservatório. Está quente, muito quente. Pergunto seu nome. A recíproca nao é verdadeira. Mexe daqui e dali, resolve o suficiente para que eu chegue em casa. "Posso te acompanhar? assim se você precisar, estarei lá para te ajudar". [mocinha pensando] Uma última parada, não necessariamente obrigatória. Finalmente ele descobre meu nome. Ele me dá o seu telefone e vejo que a parada funcionou. Vou pra casa e ele segue o seu caminho. Um tempo depois o telefone toca. "Sim, cheguei bem, obrigada". Os dias passam e ele continua me seguindo. [mocinha pensa em voz alta: que maneira inusitada de começar um relacionamento].FIM

Naquele tempo

Naquele tempo em que discar para alguém era, de fato, usar aquele telefone com "disco", seria mais fácil dizer adeus.

Neisseria gonorrhoeae

Ela não queria me dar, de jeito nenhum. E aqui não tem metáfora, de jeito nenhum. Ela não queria me dar isso mesmo que você deve ter pensado quando leu a primeira frase do parágrafo: a boceta. Só deixava por os dedos médio e indicador, juntos, untados com cuspe. Eu insistia, insistia, insistia. Nem uma chupadinha ela deixava, de jeito nenhum. Até que uma noite ela bebeu, sem saber, um sonífero. Foi tiro e queda: trinta minutos depois lá estava eu com o meu mebro dentro dela, em movimentos rápidos de ida e volta. Um mês depois acordei com sensação de queimação ao urinar, uma descamação amarelada no pênis e os testículos doloridos. Descobri que o que a filha da puta tinha não era pudor. Era gonorreia.

O cheiro da chuva...

Não adianta só falar do cheiro da terra molhada. Existe também o cheiro da chuva e, por incrível que pareça, o cheiro de tempo de chuva, onde os aromas ganham destaque, a sequidão desaparece, tudo fica na expectativa...

Um pequeno desabafo

Antigamente, eu era visto como uma poderosa ferramenta de trabalho. Todos precisavam de mim para suas aulas, palestras e demonstrações de toda sorte possível. Eu era peça-chave, fundamental para todo encontro de empresários e pessoas que realmente tinham o que mostrar. Hoje, me sinto um fracassado inútil. Só me usam para mandar florzinhas e mensagens de amor chatas e inúteis por email. Assim sou eu: o PowerPoint.

Carnaval, alegria do travesseiro

Carnaval, pra mim, serve pra dormir 4 dias. Não tô mais feliz nem mais triste, nem querendo farra nem odiando a farra. Só estou aqui, querendo ir logo no mercado pra depois passar os 4 dias restantes em estado de animação suspensa.

O Carnaval

Durante praticamente uma semana todo mundo fica idiotamente feliz, é assustador! Na quarta-feira de cinzas todo mundo fica pateticamente triste, é deprimente. E depois do final de semana tudo volta ao normal. Chato, como sempre.

Em dias cinzas tristes, daltônico é rei...

Muitos amigos tem reclamado do clima da cidade estar sempre nublado. Falam que o cinza do dia da ares de tristeza. Que falta o azul e o colorido dos fins de tarde. Sei não. Sou um cara sempre feliz!

Eu não entendo bulhufas de astronomia

Nunca vi uma bulhufa brilhando ao lado de uma estrela. Também não me lembro de ter visto a sombra da Terra esconder parte de uma bulhufa formando um belo eclipse. Não sei a massa da bulhufa, não sei sua órbita e nem se possui atmosfera. Será que elas são visíveis a olho nú? Sei lá! Só sei que eu não entendo bulhufas de astronomia.